O que
dizer do sistema imunológico de um recém-nascido, se devemos expor eles a
qualquer tipo de ambiente e contato com pessoas, ou privá-los?
Lembro-me quando meu filho
nasceu, havia lido tanto a respeito dos cuidados com recém-nascidos, na minha
leitura deveria evitar contato com pessoas, principalmente se estivessem
doentes, como gripe, tosse, virose etc., já imaginava a transmissão de germes para
meu pequeno e isso me gerava certa preocupação.
Ah e a questão do beijo, é
comum estranhos verem um recém-nascido e quererem beijá-lo, mas fazem isso
porque realmente o bebê tem uma cor saudável, umas bochechas bem convidativas.
E quando as pessoas vinham
fazer isso, eu me desesperava, não via a hora de tirar meu filho das mãos de
quem o pegava e tascava-lhe um beijo.
Não sei se eu havia absorvido
tantas informações a respeito de crianças doentes, que cheguei a ficar com
trauma só de pensar de meu ficar doente.
Mas todos os meus cuidados, e
também como evitei os 3 primeiros meses de sair de casa, para que evitasse dele
ter contato com pó, poluição, pessoas com gripe, enfim evitei todo o tipo de
transmissão de vírus ou bactéria.
Acredito que talvez tenha até
exagerado.
Enfim, durante os 5,5 mês ele
não pegou sequer uma gripe, mas tive que colocá-lo na escola, pois precisei
voltar a trabalhar.
Este foi um momento difícil, já
que havia passado os 6 meses de licença e eu já tinha que retornar ao trabalho,
quase entrei em pane quando pensei em deixar meu filho num local estranho, sem
nenhum conhecido e pior ele era alérgico a proteína do leite, ou seja, ele
estava habituado em determinados horários a mamar no peito.
E como seria sem eu estar por
perto,
Mas enfim, teria que saber
passar esta transição.
Pois bem, voltei a trabalhar e deixava-o
na escola todos os dias, e como já havia lido também a respeito de crianças que
começam a frequentar escolinha ficam doentes, comigo não foi diferente ... meu
filho ficou e muito doente.
Começou com gripe, depois veio
a tosse, logo viroses, começo de pneumonia, conjuntivite. Teve uma época em que
eu me dirigia ao trabalho e não sabia a que momento teria que sair correndo por
conta de febre do pequeno.
À noite então, começou a serem constantes
as idas ao Pronto Socorro. Buscava-o na escola e ia direto ao hospital.
Até que certo dia levei um
susto, levei-o na consulta de rotina do pediatra e como estava com muita tosse,
o médico pediu pra tirar um Raio-X do pulmão, então resolvi leva-lo novamente no
Pronto Socorro e quando levei um susto, estava com Pneumonia, mas não estava no
início como anteriormente, estava com uma mancha no pulmão, não teve jeito, o
médico pediu a internação.
Quase tive um surto. Jamais
havia imaginado internar meu pequeno.
Foi uma semana de muita
preocupação. Mas com os ótimos cuidados médicos ele teve uma ótima recuperação.
Depois de toda esta fase,
voltei ao pediatra para uma nova avaliação, ele estava bem, mas o peso e altura
não acompanhavam o das outras crianças da sua idade. A tão conhecida “curva de
crescimento”.
Ele me aconselhou a tirar meu
filho da escola. E conscientemente foi o que fiz. No início tive muita
dificuldade em achar uma Babá, contatei várias berçaristas que haviam ficado
com ele na escola, conhecidos, e finalmente encontrei uma moça que havia se
desligado da escolinha onde ele estava, e ela começou a ficar com ele.
Então durante um ano resolvi deixa-lo em casa, conforme
orientações médicas, para tentar recuperar altura/peso.
Ele ainda é menor que os outros
amiguinhos da escola, mas recuperou bem o peso, a altura também, e até a
alergia do leite passou. Voltou a frequentar a escolinha, coloquei em outra,
mas está muito bem adaptado desta vez.
Com 2,8 anos a criança já está
bem mais resistente, mas ele faz de tudo, adora um chão, coloca a mão em tudo
que é sujeira, sem contar que deixa cair comida no chão e depois coloca na boca.
Nem adianta tentar impedir, que ele vai e faz novamente.
Depois disso tudo que passei,
penso se realmente foi bom ter tantos cuidados quando ele era recém-nascido,
porque a minha preocupação em protegê-lo era extrema, e no final percebi que
faz parte o contato com pessoas, sair com o bebê, receber um ar, mesmo que não
seja tão puro. Afinal vivemos em grandes metrópoles, não tem muito como fugir
da poluição.
Tem também a questão da escola, mas este assunto comentarei
adiante.
Mas vale
a reflexão: como viemos ao mundo, vamos fazer parte dele.
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