Após seis meses voltei ao
trabalho.
Algumas mulheres reclamam
que engordam e não conseguem voltar à forma física inicial. No meu caso foi o
contrário, emagreci demasiadamente, tanto que me sentia até magra demais.
Mas no meu caso,
continuava amamentando, e muito. Tirava leite para deixar na escolinha para o
meu filho.
Antes de engravidar,
costumava malhar bastante, fazia até duas horas de academia por dia, desde
treinos aeróbicos até musculação. Fazia de tudo Bike Class, Jump, Gap, Pilates,
Natação. Sempre fui muito adepta a prática de atividades físicas. Durante a
gestação até o sexto mês ainda fazia Pilates, mas depois fiquei apenas na
hidroginástica. A hidroginástica fiz a gestação inteira, me ajudou bastante,
pois não inchei absolutamente nada.
Porém quando meu filho nasceu
até mesmo pelo fato de o pós-cirúrgico requerer alguns cuidados, tive que
repousar, e mais do que isso, tinha um bebê para cuidar.
Um bebê que eu tinha que
alimentá-lo e atender as suas necessidades básicas.
Então quando retornei ao
trabalho havia perdido massa muscular, tive que me adaptar ao meu novo corpo. Minhas
roupas estavam praticamente todas folgadas.
Mais estranho que isso era
retornar as minhas atividades, e adotar uma nova rotina, acordar cedo, deixar o
pequeno na escola e ir ao trabalho, depois sairia no horário do almoço para amamenta-lo,
este era o planejado, voltaria e iria busca-lo no final do dia.
Assim supriria uma mamada,
justamente o leite que os outros bebês tomariam na escola, como ele era
alérgico estaria dando de mamar pra ele neste horário.
Quando cheguei à empresa,
retornei como se nada tivesse mudado, mas não era isso que havia acontecido.
Tudo havia mudado, não fazia o meu trabalho do mesmo jeito que antes, havia um
novo formato de trabalho. Sim tudo muda no retorno, afinal foram considerados
seis meses de afastamento.
Sem contar que havia uma
nova rotina, conciliava à amamentação, o trabalho, a vida de dona de casa à
noite.
E minhas idas a academia
haviam acabado, com um Bebê de seis meses, era pouco provável que houvesse
tempo disponível. Durante o dia estava totalmente ocupada, e à noite me
preocupava com o banho, o sono do pequeno.
Havia apenas eu e meu
marido, os familiares estavam distantes, moravam em outra cidade, mesmo meus
pais também moravam em outra cidade.
Assim
era um revezamento esposa x marido. Os dois tentando descobrir como se fazia
isso e aquilo, ambos sem experiência com bebês. Para ajudar não tínhamos contato
com crianças pequenas. Assim com o baby era um aprendizado constante.
Ainda continuei com a
rotina da amamentação no horário do almoço por uns seis meses, como não era tão
perto do trabalho, me deslocava de carro, corria o máximo possível, para chegar
no horário. Era tão curioso, parece que ele já me aguardava, seus olhos ficavam
aguçados ao me ver.
Na ocasião tinha uma
Pedagoga na sala onde ele ficava que era muito boa, ela direcionava ele e o
pegava quando eu saia, de forma que ele ficasse confortável, e seguro. E claro,
ela me passava uma confiança de que meu filho ficaria bem.
Um dia que não pude ir,
porque estava com muito trabalho na empresa, me senti muito culpada, ao ir busca-lo
à noite senti a reação dele nos olhos, estava triste.
Nós mães sempre nos
sentimos responsáveis por tudo que acontece com nossos filhos, parece que é
algo maternal.
Foi uma fase dura, já que
com a escola vieram também as indesejáveis doenças comuns em bebês que
frequentam escolinhas.
Principalmente, quando
esta pedagoga, pessoa que tanto confiava em deixar meu filho se desligou da
escola em busca de um novo desafio profissional.
Neste dia, no mesmo
horário do almoço, fui amamenta-lo, e ele já estava diferente, dei de mamar e
na saída, ele chorava muito, como se não quisesse ficar. Neste dia percebi que
havia algo errado, foi quando soube que esta pedagoga havia saído da escola.
Neste momento senti uma enorme perda, assim como meu filho deve ter sentido.
Depois deste dia, ele
ficou cada dia mais doente, o que me fez tirá-lo da escola, e finalmente deixa-lo
em casa com uma Babá.
As
mamães que trabalham devem entender bem o que é conciliar um filho com o
trabalho, ainda mais quando são tão pequenos.
Mas como tudo passa,
agradeço ter superado esta fase.
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