terça-feira, 28 de junho de 2016

ALERGIA A PROTEÍNA DO LEITE PASSA COM A IDADE

Após 3 anos posso dizer que meu filho entrou na curva de crescimento, após passar por longo período de alergia a proteína do leite, foram várias as privações.

Ele não comia absolutamente nada que contivesse leite na composição, deixou de comer queijo, bisnaguinha, bolacha de leite e até hoje ele não aceita comer. Quando coloco requeijão no pão ele mal come. Acredito que tenha sido porque não tenha se familiarizado com o gosto desses alimentos quando ainda era muito pequeno.

Mas por incrível que pareça pão de queijo ele come, leite ele toma bastante, hoje praticamente o que ele mais aceita comer no café é pão de queijo, ele adora. O leite para ele se acostumar comecei a colocar um pouco de Ades e misturar, ades ele gosta de tomar até hoje. O leite eu continuo oferecendo misturado com um pouco de Ades, para variar ... vou colocando vários sabores ora abacaxi, ora maçã, ora uva, ora laranja.

Sinto por ele não comer de tudo, imagine seu filho não comer bisnaguinha com requeijão ou queijo que é algo que a maioria das crianças adoram.

Mas em compensação a alergia que ele tinha da proteína do leite que fazia a pele engrossar e criar uma certa vermelhidão, passou.

Neste período passei o creme hidratante Cetaphil, até hoje passo, mas em bem menor quantidade, afinal a sua pele já está com a aparência bem mais lisa.

Os médicos me informaram que era bem provável que a alergia passasse por volta dos 2 a 3 anos, ainda bem que se concretizou.

Hoje já pode participar das festas na escola, comer bolo, brigadeiro e pão de queijo. Não faz mais mal. Pode ter uma vida normal.

E pensar que antes eu ficava agoniada se em qualquer lugar que fossemos, tentassem dar algum alimento com leite para ele.

Uma vez ele havia ficado doentinho, com gripe e deixei ele na casa da minha mãe, ela não compreendia porque ele não podia comer nada que contivesse leite na composição. Um belo dia ela deu Danone para ele comer, ele adorou é claro, como toda criança. Mas nesta fase, como ele já tinha dois aninhos, provavelmente a alergia já estava passando. Não teve nenhum sintoma.

Foi a partir deste momento que ele começou a comer Danone, e come até hoje sem problema algum.

É como o médico havia me orientado na época, que eu deveria ir introduzindo os alimentos com leite gradualmente, e foi o que fiz.

Me sinto satisfeita desta fase ter passado, pois meu filho teve dificuldades no crescimento, em ganhar peso, e consequentemente com a alimentação tão regrada, ficava com o sistema imunológico frágil, constantemente estava doente.

Havia semanas que eu e meu marido íamos ao hospital, Pronto Socorro, praticamente todos os dias. Sem considerar a preocupação que nos consumia por inteiro. As dúvidas eram constantes, nos perguntávamos em que estávamos errando, se era na alimentação que precisava ser mais consistente, na escola se realmente era apropriada quanto a higiene, divisão de crianças bebês x crianças maiores. Se era a ausência dos pais que afetava o seu lado emocional, já que logo que acabou minha licença maternidade, voltei a rotina de trabalho normal.

Enfim são questionamentos que nós pais fazemos.

Realmente, pais que possuem filhos alérgicos sofrem um pouco, pois são vários cuidados que se deve ter com a alimentação e não apenas em casa, pois o cuidado vai além de casa, acompanha os lugares que a criança frequenta, o que vão servir. Os pais têm que redobrar a atenção.

Ainda que no caso do meu filho a alergia não era tão grave, mas existem casos que comprometem até mesmo o sistema respiratório. E se a criança ingerir alimento que contenha proteína do leite na composição, pode travar o sistema respiratório.

Por isso a importância do acompanhamento.

Mas pais que se sentem agoniados com esta situação, ouçam o conselho do médico, ele pode nos orientar e nos confortar quanto ao tempo desta alergia, e quais cuidados devemos tomar. Caso não sintam confiança em algum profissional, ousem consultar outros especialistas. Até sentir que as mudanças possam acontecer e consequentemente seu filho possa melhorar.

O importante é não desistir.



2 comentários:

  1. Bom dia, Ana Paulo.
    Meu nome e Paulo Teodoro e agora recente nos deparamos com a nossa filha Maria Isabel de 07 meses que tem APLV, ainda estamos tentando entender isso, pois temos um garoto de 03 anos que não tem e Maria Isabel bem mais esperta e como tudo (comidinha) apresentou esse quandro. Espero assim conforme seu depoimento acreditar que apos essa idade ela tenha melhorado. Muito obrigado por partilha algo assim de sua vida e ajudar, outros pais com assuntos desse tipo.

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    1. Oi Paulo tudo bem?

      Quando descobri que meu filho tinha APLV não fazia nem ideia do que era exatamente e como proceder, aos poucos fui me familiarizando, acompanhando o crescimento do meu filho e adaptando a sua alimentação, passei momentos difíceis, mas consegui superar, e hoje ele é uma criança extremamente saudável. Acredite que sua filha também será.
      Nos últimos 15 anos, existe uma estimativa de que esse aumento de alergia à proteína do leite tenha aumentado em 18% no mundo inteiro, poucas doenças aumentam tanto. A estimativa é que hoje no Brasil tenha em torno de 350 mil crianças com alergia a leite.
      A estimativa ainda diz que até os 5 anos de idade, mais da metade das crianças já tenham sarado.
      Então pode acreditar que um bom acompanhamento médico ajuda muito.
      Fico feliz em poder ajudar os pais com filhos com APLV, e caso tenha dúvidas quanto à alimentação, aleitamento, estou à disposição. Pois na época alguns detalhes eu fui descobrindo aos poucos, como fazer meu filho ingerir outros alimentos e até mesmo os cuidados que tive que ter com a saúde dele.
      Mas não se desespere, com calma vocês também superarão esta fase.

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