A escolinha é um ótimo
meio de estimulação para as crianças, mas mesmo que a escola tenha um projeto
pedagógico de qualidade, ainda pode ter problemas de socialização com as
crianças.
Não são somente os adultos
que possuem problemas com socialização, os pequenos também.
Seja por
enfrentarem algum problema em casa, falta de atenção, ou por terem uma personalidade
mais agressiva que outros, algumas professoras apontam como meio de defesa.
Acontecem muitos casos de
uma criança tomar o brinquedo da outra e acabar sendo mordida, este é um caso
de autodefesa, ou morder o amiguinho porque ele fez uma brincadeira com o
coleguinha e o mesmo não gostou.
Claro que isso não
justifica, mas é comum ocorrer essas indesejáveis mordidas na escola, ou entre
amigos da mesma idade.
Cabe a nós adultos estarem
atentos para que isso não aconteça, toda a atenção deve ser redobrada.
Quando coloquei meu filho
na escolinha pela segunda vez, ele estava com quase dois anos, estava indo
muito bem, desenvolvendo a fala, a coordenação motora fina, aprendendo a se
relacionar com os amigos, enfim tudo parecia ir bem, mas certo dia ao ir busca-lo
na escola não o vi, a professora logo veio ao meu encontro, percebi que tinha
ocorrido algo.
Informou-me que meu filho
havia sido mordido, por conta de ele pegar um brinquedo que estava com o amigo,
o amigo não gostou e o mordeu. Então me trouxe ele, que estava recebendo
massagem na bochecha (local da mordida) de outra professora.
Minha reação a princípio
não foi nada boa, senti um senso de reprovação, e como as professoras não
conseguiram impedir, logo pensei se este amiguinho estava tendo algum problema
em casa.
A professora me informou
que as crianças tendem a se defender, e ele não havia se defendido, mas acabara
de entrar na escola como iria se defender, estava em um ambiente novo com
estranhos até então se adaptando a nova situação, aos novos amigos, era normal
ainda não fazer nada.
Estava tão furiosa que fui
direto à Coordenação da Escola reclamar, exigi que a mãe do aluno fosse
comunicada sobre o fato. E que ao ocorrer um caso desses, o pai da criança
deveria sempre ser informado.
Ao chegar em casa, mesmo
meu filho tendo dois anos e alguns meses, conversei bastante com ele, que ele
deveria se defender, não morder o amigo como forma de “pagar na mesma moeda”,
mas que deveria colocar a mão na frente do rosto ou braço como defesa e sempre
chamar a professora, e reforcei esta informação na agenda
da escola sobre a importância do diálogo com as crianças na escola, e uma aula
com o intuito de mostrar à criança a importância de aprender a dividir
brinquedos ou qualquer outro objeto com o amigo. É comum também nesta idade o sentimento de posse. Sentimento este que
deve ser trabalhado na convivência com os pais em casa.
Pensei que após este
episódio e mediante minhas pontuações, tão cedo não teria mais este tipo de
problema. Não foi o que aconteceu, meu filho voltou a ser mordido mais uma vez
em um dia de festa na escola, depois veio com um hematoma em casa e parecia ser
outro caso de mordida, após mais um tempo me contou que um amiguinho queria
morde-lo, e neste dia eu mesma presenciei ao ir busca-lo na escola que o
amiguinho insinuava morde-lo.
E eu sempre reforçando meu
desconforto de mãe com relação a essas mordidas, não havia um meio de bloquear
essas crianças tão pequenas e com atitudes tão agressivas?
Passei
a conversar bastante com meu filho que ele teria que aprender a se defender e
chamar a professora no mesmo instante do fato.
Logo uma professora havia
me tranquilizado dizendo que não havia mais casos de mordida, pois ela estava
acompanhando de perto essas crianças. Foi quando no dia seguinte ao chegar à
escola para busca-lo, ela veio apreensiva me contar que meu filho havia sido
machucado.
Ao perguntar o que houve,
ela me informou que ele havia sido mordido, porém agora tinha sido no braço,
indignada eu disse “mas de novo?”, devo ter repetido isso umas três vezes.
Bom peguei na mão dele e
fomos embora, ao chegar em casa quando fui olhar seu braço ... não era uma
simples mordida leve, era um hematoma exatamente com o formato da boca do
menino e arroxeado, fiquei ainda mais horrorizada.
No dia seguinte sabia que
teria que tomar uma providência, informei a professora responsável pela turma
que precisava conversar com ela, ela me ligou. Foi quando disse todos os pontos
que me incomodavam com relação a este assunto, pontuei principalmente sobre a
falta de atenção. Entende-se que crianças pequenas devem ser constantemente
monitoradas, afinal estão sempre aprontando. Frisei que essas crianças não podem ficar sozinhas de forma alguma, se
uma professora sai pra lanche / café / banheiro a outra tem que ficar olhando,
é importante este cuidado / atenção com eles. Até mesmo pra evitarem maiores
acidentes.
Espero que após a longa
conversa que tive isso não volte a acontecer, a escola possui um projeto
pedagógico muito bom, mas peca na atenção com as crianças, não posso pensar que
meu filho não será mordido novamente, mas espero que tenham maior atenção com
eles, e que os pais da criança sejam devidamente notificados, pois assim como
pode ser uma mordida de autodefesa, pode ser também um caso em particular de
uma situação de estresse que a criança esteja enfrentando em casa, mesmo tão
pequenos já conseguem de uma forma ou de outra expressarem suas emoções.
E a criança que tem uma
característica mais maleável, que não revide, “bonzinho” não pode virar alvo
dos mais agressivos, isso não. Deve-se eliminar esta tendência de pequeno, a
criança deve aprender desde muito cedo a respeitar o próximo. E levar este
ensinamento para a vida adulta, de forma que as crianças de hoje possam ser
adultos melhores que os atuais no dia de amanhã.
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