Qual a idade em que a criança expressa mais birra ou a tão conhecida “manha”?
Desde bebê meu filho sempre chorou muito, me lembro de que a
dificuldade era grande pra colocar pra dormir, pois colocava no berço... Ele
chorava, então começávamos todo um ritual: colocava pra dormir, chorava, tirava
do berço e dava de mama, voltava para o berço e ele voltava a chorar, logo após
retirávamos do berço novamente e desta vez trocávamos a fralda, quando
pensávamos que ele iria finalmente dormir, começava tudo de novo. Era um
círculo vicioso. E assim passávamos a noite quase que inteira.
Ficamos praticamente um ano sem
dormir sem interrupções. Após este período fomos dormindo com mais
regularidade à noite. Já acordava bem menos, até reduzir para duas vezes e logo
nenhuma. Quando conseguimos dormir à noite inteira foi um avanço e tanto.
Depois desta fase, ficamos menos cansados, mas os choros
continuaram por um bom tempo, e até hoje, mesmo mais crescidinho.
O que
percebo é que ao ser contrariado, começa a choradeira.
Os motivos que meu filho chora são vários... desde muito pequeno
sempre foi muito independente, a cada melhoria da coordenação motora, em que
ele percebia que conseguia fazer movimentos, ou pegar algum objeto, se sentia
todo feliz.
Quando conseguiu colocar os sapatos ficou todo orgulhoso, e não
deixou mais ninguém coloca-los para ele, esses dias conseguiu tirar a camiseta
pra tomar banho, novamente se sentiu todo orgulhoso.
Para chamar o elevador então, fica bravo se apertamos o “botão”
primeiro que ele, afinal ele já consegue apertar, ou seja, já alcança e fica
muito bravo se apertamos.
Se ele tem alguma dúvida, me pergunta e ao mesmo tempo diz que não
é, diz o que eu falei e acrescenta algo.
Outro dia, me perguntou o nome de um animal, eu respondi “filho é jacaré”, e ele falou “não mamãe,
não é, é jacaré verde”. Parece que tem o prazer em contrariar.
E se é contrariado, quando ele quer fazer alguma coisa e não
deixamos fazer, automaticamente começa a chorar, por vezes insinua um choro
para conseguir o que quer.
A única coisa que ele ainda não aprontou foi de querer muito algo
em uma loja ou mercado e fazer birra ou chorar alto. Como toda criança pede
coisas, quando ele pede algo explicamos que depois damos, ou que ele já tem ou
não precisa, ou depois vemos, que ele sossega.
Pelo menos não berra de se jogar no chão por algum brinquedo ou
doce, apenas pede e respondemos que sim ou não, caso a resposta seja não,
explicamos o motivo.
O fato é que realmente na
idade dos 3 anos em diante devemos começar a conversar cada vez mais com nossos
filhos, a fim de que eles passem a entender o porquê, o motivo, as situações,
afinal esta fase além de testar os limites, é a fase da formação do caráter,
em que passa a ter um entendimento maior do que se passa ao seu redor.
Aumentam as curiosidades também, e conversando com eles, acredito
que diminuam também a birra, e eles passem a entender mais e “brigar” menos
conosco.
Na escola que meu filho frequenta, escola infantil, a coordenadora
me disse a importância de reforçar o diálogo e impor os limites devido à fase
dos 3 anos aos 5 anos em que se forma o pilar do caráter da criança.
Esta será a base da educação para o futuro, no início é normal à
falta de entendimento, o nervoso dos pequenos, afinal ainda tem dificuldade em
se comunicarem e se fazerem entender. Mas com o passar dos meses deve haver a
melhora da comunicação, o entendimento do certo/errado, e com isso devem vir às
ações condizentes com uma formação de caráter, educação e respeito. Afinal são os valores que permanecerão por
uma vida inteira.
Por isso a importância da construção de um bom alicerce,
é como se comparássemos a um prédio sem uma boa estrutura, pode durar um tempo,
mas na fase de maturidade corre grande risco de desmoronar.
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